“A headhunter e consultora de carreiras Aline Souza, de 32 anos, sentiu na pele a discriminação de ser mãe de dois filhos em processos seletivos de emprego. E chegou a ser demitida depois que a dona da empresa em que trabalhava “descobriu” que ela era mãe.”
Na matéria publicada no Dia das Mães no Portal G1 (09/05/2021), Aline de Souza descreve a realidade de milhares de mulheres em todo o país, onde o paradoxo entre carreira e maternidade pode ser comparado à “Escolha de Sophia” para muitas. São inúmeros os casos e relatos de mulheres constrangidas em momentos singulares em suas carreiras, onde suas escolhas pessoais possam ser usadas como pretexto para uma intencional desqualificação profissional, seja por parte da empresa ou por colegas. Sim, infelizmente, é fato.
Entretanto, a despeito de quaisquer rótulos que essa realidade possa evocar, os relatos indicam para a necessidade da revisão das expectativas das empresas em relação aos profissionais. Na verdade, expectativas organizacionais em relação às pessoas, como indivíduos providos (ou não) de talentos, interessantes (ou não) para determinada função. Enquanto as pessoas forem levadas a optar entre as suas realizações pessoais ou seu sucesso profissional, as companhias continuarão se equivocando em relação aos seus modelos de gestão, cujos resultados ostentam a alta rotatividade e o aumento dos prejuízos à saúde física, emocional e mental dos colaboradores, recheando drasticamente as estatísticas dos Recursos Humanos.
Focar nas pessoas e nas suas necessidades para construir ambientes de trabalho respeitosos e produtivos exige repensar estruturas organizacionais já consolidadas em nosso mercado. O verdadeiro desafio das relações de trabalho está em fazer do talento de cada um o sucesso do coletivo. Nesse sentido, o “ser”e o “ter” devem coexistir porque são, por definição, interdependentes. Nessa jornada do trabalho em transformação, muitas empresas podem descobrir essa realidade tarde demais.
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