“A pandemia do novo coronavírus fez as aulas migrarem para o modelo remoto, com muitas delas podendo ser realizadas por computador ou celular. O acesso à internet, porém, não é realidade para muitos alunos e nem mesmo as escolas garantem o serviço. Hoje, 29% das unidades da rede pública não têm internet e 55% não têm conexão adequada.” – apresenta a pesquisa encomendada pela Fundação Lemann e divulgada em Novembro de 2020.

Embora não sejam surpreendentes, esses números são alarmantes e conduzem a uma inevitável reflexão sobre a qualidade do ambiente de trabalho no setor da Educação e seus consequentes desfechos na preparação das próximas gerações do país. Condicionados à utilização do Trabalho Remoto, os professores se vêem imersos em desafios reais tais como: a limitação de acesso à tecnologia; o analfabetismo digital; e as incertezas sobre o uso das metodologias mais adequadas ao novo formato de ensino.

Mais que a evidente ausência de investimentos em Educação pelo setor público nas últimas décadas, a pesquisa estimula a reflexão sobre a desestabilização da prática pedagógica, onde os formatos metodológicos adotados até então no Brasil se mostram insuficientes para atender às demandas atuais e futuras de formação acadêmica e cultural da população.

Acertar essas desigualdades e repensar os processos de trabalho dos professores no contexto do Ensino Remoto a partir dessa nova lógica do Trabalho Remoto, atualmente conturbada porém irreversível, é o grande ponto de reflexão.

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